ICQ: A Lendária Revolução dos Comunicadores Instantâneos dos Anos 90

O que era o ICQ?

Antes de WhatsApp, Telegram ou Messenger, existia o ICQ — um dos primeiros comunicadores instantâneos que marcou a era de ouro da internet discada. Lançado em 1996, o ICQ (sigla para “I Seek You”, algo como “Eu Procuro Você”) foi uma verdadeira revolução na forma como as pessoas se comunicavam online.

Com seu icônico som de mensagem recebida — aquele “uh-oh!” que muitos ainda lembram com carinho — o ICQ trouxe um novo conceito: conversas em tempo real pela internet.

Para que servia o ICQ?

O ICQ permitia que usuários se comunicassem via texto em tempo real, além de oferecer funcionalidades que hoje consideramos comuns, mas que eram inovadoras para a época:

• Lista de contatos (com número de identificação único, o famoso UIN)
• Mensagens offline
• Transferência de arquivos
• Salas de bate-papo
• Perfis personalizados
• Status de presença (online, ausente, invisível, etc.)

Era, em essência, uma mistura primitiva do que hoje são os mensageiros modernos e as redes sociais.

A origem do ICQ e seu sucesso estrondoso

O ICQ foi desenvolvido por uma pequena startup israelense chamada Mirabilis, fundada por quatro jovens empreendedores. O sucesso foi tão rápido que, em 1998, a gigante AOL (America Online) comprou o ICQ por cerca de 400 milhões de dólares — uma das maiores aquisições de tecnologia da época.

Durante o final dos anos 90 e início dos anos 2000, o ICQ chegou a ter mais de 100 milhões de usuários registrados ao redor do mundo. No Brasil, ele competia diretamente com o MSN Messenger, mas quem viveu essa época sabe: usar ICQ era quase um ritual de entrada no mundo digital.

Por que o ICQ caiu em desuso?

O declínio do ICQ começou com o crescimento de concorrentes mais modernos, como o MSN Messenger, Yahoo! Messenger e, posteriormente, redes sociais como o Orkut e o Facebook. A interface pouco atualizada, a falta de inovação e a mudança de hábitos dos usuários contribuíram para que o ICQ fosse gradualmente deixado de lado.

Em 2010, a AOL vendeu o ICQ para a empresa russa Mail.Ru, que tentou modernizar o serviço, lançando versões para smartphones e redes sociais. Apesar das tentativas, o mensageiro nunca recuperou o brilho dos anos 90.

ICQ hoje: ainda existe?

Sim, o ICQ ainda existe em 2025, embora com público bem reduzido. A plataforma passou por diversas reformulações e hoje oferece versões para desktop, Android e iOS, com recursos modernos como:

• Chamadas de voz e vídeo
• Stickers e bots
• Suporte a múltiplos dispositivos

Apesar disso, o ICQ atual é mais uma homenagem ao passado do que uma ferramenta competitiva no presente.

Nostalgia pura: por que o ICQ é inesquecível?

O ICQ marcou uma geração. Para muitos, ele foi o primeiro contato com a comunicação digital em tempo real, os primeiros amores virtuais, os amigos de bate-papo, os grupos secretos e aquela ansiedade para ouvir o “uh-oh!” após conectar a internet via linha telefônica.

Era uma era onde a internet era descoberta, não consumida. E o ICQ estava na linha de frente dessa

O ICQ não foi apenas um programa de mensagens — foi um ícone cultural, um símbolo do nascimento da era digital pessoal. Hoje, pode estar fora dos holofotes, mas sua influência ainda ecoa em todos os mensageiros modernos.

Se você teve um número ICQ, trocou mensagens por ele, ou apenas ouviu falar com brilho nos olhos de alguém mais velho, saiba: você faz parte da história da internet.